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terça-feira, 20 de março de 2012

A santidade que nasce no amor

A constante guerra religiosa contra os pecadores revelam o quanto mais próximo do pecado da hipocrisia estão os "santos da última hora". A santidade requerida por Deus ao homem não tem nada a ver com o regime de santificação imposto por pessoas que nem se quer vivem o que dizem. As falácias de que para se achegar a Deus é necessário se "purificar", se diluem em práticas corriqueiras de extremo fanatismo religioso e impedem que pecadores se arrependam de fato e participem da comunhão com Deus-Pai.

É inaceitável uma religião assim. Que não ouve os desvalidos e cansados; que não estende a mão para o oprimido e sobrecarregado; que não tem em sua filosofia de vida a dádiva do amor ao próximo; que não permite que fracos na fé expressem suas dores e nem se comove com as suas necessidades. Faço minhas as palavras de Thiago, irmão de Jesus Cristo: "A religião que Deus, nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo." 

Muitos que frequentam reuniões em lugares que os ditos "irmãos" são egoístas da fé, tem uma tendência em não aceitar que o próximo seja agraciado por Deus em seu mais belo perdão de pecados. Jesus e somente Ele tem o poder de perdoar pecados e reconciliar o homem a Deus. O maior problema então é encarar um "ex-alguma coisa" e conversar como se nada tivesse acontecido e o tratar como realmente irmão na fé em Cristo. A Igreja de Jesus Cristo deve estar além da justiça dos hipócritas. 

O que eu ainda não consigo entender é: por que é tão difícil encontrar amor a Deus acima de todas as coisas e de todo o coração num lugar onde somente se ouve assuntos como: "Deus vai te pegar" ou "Deus vai te encontrar numa esquina e você verá o que te espera"? Dá uma impressão que somos cativos de uma entidade espiritual que não quer saber de nossas limitações e não está nem aí para os nossos problemas humanos. Nem parece que somos filhos de um Deus-Pai que tanto Jesus pregou.

É covardia contra as boas novas de Cristo ter uma "santidade mostrada para todos" e não vivida primeiramente consigo mesmo. Assim viviam os escribas e fariseus (Jesus Cristo não os repreendia por serem religiosos, mas sim por não cumprirem os dois principais mandamentos: "Amar a Deus acima de todas as coisas, de todo o teu coração e de toda a tua alma e a seu próximo como a si mesmo"). É preciso ser misericordioso. A Lei existe para mostrar o quanto não conseguimos cumpri-la por nossas limitações. É importante lembrar que, antes de qualquer julgamento, estamos debaixo do mesmo juízo de Deus, portanto deixemos o cisco do olho do nosso irmão e cuidemos da nossa trave. A santidade começa quando nos arrependemos e, através da misericórdia e Graça de Deus, somos perdoados e aprendemos, a partir daí, a amar e perdoar o nosso próximo, seja ele quem for. 

Os meus esforços em esbravejar aqui sobre os descuidos dos não-praticantes da Palavra de Deus poderão ser encarados como algo sem valor ou fundamento (algo parecido), mas não vou parar de escrever sobre minha indignação. Tenho esperança em Cristo, pois sei que Ele amadurecerá meus pensamentos e, assim, crescerei na Graça e no Conhecimento de Deus. Que sejamos uma igreja de verdade e tenhamos uma só fé, um só Deus, um só Senhor, e esta esperança é única. Que, por meio da fé, tenhamos Cristo em nossos corações e andemos como Ele andou. Assim fazendo alcançaremos almas, que em meio a dor e fraqueza, enxergarão a luz de Jesus em nossas vidas e serão fortes, consoladas, misericordiosas, amáveis, justas, benignas, puras, pacíficas e, como dizia o Messias: "Bem-aventurados são vocês quando, por minha causa, os insultarem, os perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês."

Com amor, cuidemos do Reino de Deus...

Elionai Dutra

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