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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Essência e submissão

Sem sentido algum, uma pétala é lançada em meio aos fortes sopros da tempestade vindoura. Ela não procura lugar para se refugiar; é assoprada incessantemente. Deveria ser a última pétala, deveria ser a última expressão de vida em flor; deveria ter ficado lá, mas não foi assim. O vento a tomou, com permissão, ele a carrega e passeia impetuosamente. A pétala, confusa e fraca, cai. Um mestre-jardineiro a encontra em terra e percebe ainda a cor, ainda o cheiro exala; guarda-a num pano e retorna a casa. A pétala é retida e afastada de sua natureza, mas agora ela já tem uma razão, um sentido; conforme os passos do mestre a última expressão em vida tem um caminho, e o segue. Este homem também pode ser chamado de Jesus Cristo - um homem simples da cidade de Nazaré, nascido em Belém - Bem, ele a retira do pano e pinga algumas gotas d'água, coloca a pétala na última flor que faltava ser completa em seu jardim, mostra uma nova natureza a ela. O lavrador, Pai de Jesus Cristo, entra em cena e conta as pétalas em cada flor; examina, cuida e contempla. Há um vento manso e suave que inspira, assopra com cuidado e amor; há um rio que desliza no meio do jardim... A vida agora é celebrada em sua essência, não há mais o que temer; o jardineiro está por perto...!


Elionai Dutra

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